É
preciso cuidado para não confundir conação com conotação. Conotação é a
figurativização e alteração do sentido das palavras, a metáfora. O uso dela já
foi brevemente abordado no blog
e logo será melhor explicado. A função conativa, ou imperativa, tem por
objetivo convencer, ordenar, questionar ou persuadir o interlocutor.
Ora,
se quero que alguém compre meu produto a maneira mais clara de transmitir esta
mensagem é dizendo “compre meu produto”.
Outro
exemplo de uso da função conativa está aqui.
O
grande problema desta simplicidade toda é que o feedback pode ser igualmente
sucinto “Não, obrigado”. E agora?
Agora
a função conativa se disfarça de referencial.
A função referencial é aquela que apenas informa o interlocutor através
de uma descrição ou narrativa. Com a intenção de quebrar a resistência do
consumidor em entrar em uma negociação, o anunciante parece apenas informar os
benefícios do produto. Somente depois de superada esta barreira é que a função
conativa aparece.
Escolhi
aleatoriamente na internet o anúncio de um condomínio, basicamente todos eles
seguem a mesma fórmula.
Chamada
de apelo emocional, detalhamento das maravilhas do condomínio e fechando tudo
isso “visite as casas decoradas”.
Até
aqui tudo bem, todo mundo sabe que a publicidade é conativa. Às vezes parece
que as pessoas esquecem isso, mas publicidade serve para fazer pessoas
comprarem coisas. O problema é quando isso não é dito abertamente.
É
cada vez mais acintoso o uso do merchandising, mesmo essa sendo uma prática
criminosa por ferir o artigo 36 do código
de defesa do consumidor que diz "A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal."
Quando o expectador vê um personagem em uma novela usando um determinado produto ele pode entender que este é usado na novela por ser melhor que os outros, e não por estar pagando pelo espaço publicitário. A função conativa está implícita e o consumidor é induzido a comprar um produto.
Quando o expectador vê um personagem em uma novela usando um determinado produto ele pode entender que este é usado na novela por ser melhor que os outros, e não por estar pagando pelo espaço publicitário. A função conativa está implícita e o consumidor é induzido a comprar um produto.
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